Desejei,
naquela noite fria, ter meu corpo despido ante os teus olhos e sentir o calor dos teus dedos, centímetro a centímetro, desvendando os mistérios da minha pele, os relevos do meu corpo.
Desejei
que os teus olhos, fascinados, mergulhassem no desafio de perceber cada mínima reação minha ante o ímpeto do teu desejo.
Desejei,
como quem tem sede no deserto, que teus lábios me experimentassem, apreciando meus sabores.
Desejei
teus olhos penetrando a minha alma e o teu riso fazendo emergir os meus mais profundos rios e a volúpia dos meus mares.
Desejei
a arrebentação das tuas ondas no meu corpo, a tua firmeza quebrando meus medos, a tua suavidade desfolhando minhas pétalas, uma a uma.
E como há muito não me ocorria, não tive receios dos meus desejos, fiz-me soberana em cada um deles, vesti-me de sua autoridade, neles ergui o meu altar e fiz-me deusa de mim, devotei-me em meu fogo, minhas fontes de águas, meu corpo fértil, minha respiração e suspiros ofegantes e a paixão de ser, mulher.
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